quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sérgio Luiz Freitas faz apelo por cultura em Viçosa


Proprietário da loja de instrumentos musicais “Suprimentos” reclama por mais incentivos à cultura em Viçosa

Sérgio Luiz Freitas, proprietário da loja “Suprimentos” de instrumentos musicais e músico, revela-se revoltado com o apoio do empresariado viçosense a festas sem intuitos culturais, em detrimento ao patrocínio a eventos realmente voltados para a cultura nos últimos anos.
O empresário acredita que nos últimos 5 anos, os eventos em Viçosa mudaram bastante. Segundo ele, antes havia muitas festas com todos os tipos de música nas quais o público ia para apreciar o som que gostava. Já nas festas de hoje, a principal atração é o álcool. Já não importa mais a música tocada, “todos saem apenas para se alcoolizarem e beijarem uns aos outros” comenta o músico empresário.
Como músico, ele revela que as comissões organizadoras não se preocupam com a qualidade ou estilo musical das bandas que contratam, mas somente com o preço que estas cobram. Isso porque não importa a banda que irá tocar, os frequentadores vão por causa do álcool.
Sérgio diz não entender como os comerciantes da cidade, que se dizem a favor da saúde, patrocinam este tipo de evento. “Ninguém está conseguindo pensar mais: ou não querem, ou estão com medo. Visando o lucro, estão deixando de raciocinar” desabafa ele.
O empresário se indigna também com a atual gestão do Diretório Central dos Estudantes, o DCE. “Nunca houve uma calourada sem a participação de músicos viçosenses e sem diversidade musical como a de 2009. E mesmo assim, o comércio apoiou e ainda ganhou camarotes” comenta o baterista do Trem Mineiro, grupo musical que foi convidado para tocar no evento, mas recusou pelas condições propostas.
Sérgio, que afirma só apoiar eventos que condigam com a empresa dele, revela-se perdido: “Eu não sei o que fazer. Sei da minha identidade, mas não sei o que fazer. Vejo auto-escolas apoiando evento de bebida liberada, como assim?” questiona.

2 comentários:

  1. Geraldo, parabéns pela revista, pelo blog e pela ótima matéria!
    Acho que o apelo de Sérgio Luiz é um sinal de lucidez num mar de alienação generalizada: se por um lado muitos jovens só querem "cair beber e levantar", por outro, muitos empresários querem saber é quanto vão ganhar com isso.
    E quem discordar, deve ser enforcado no Ipê florido da praça!
    E a cultura? Virou um ótimo négócio! Como já disseram: "a cultura é a mercadoria que obriga comprar todas as outras. Não é a toa que você queira oferece-la a todos..."
    Longa vida ao Culturas! E quem sabe um dia Viçosa volte a ser mais interessante como já foi?
    Abraço.

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  2. Geraldão, Parabéns pela revista e pelo blog, produção alta é isso aí!!!
    Os tempos mudam.... Viçosa já teve um cenário em termos musicais bem mais diverso e rico, hoje , realmente , as mentes não estão se interessando por isso, quem promove está levando as massas pra onde quer! O restante dos músicos(principalmente de Viçosa ) se debatem no queto da cultura tentando mostrar a que veio...mas não podemos ficar na saudade... cada tempo e geração levanta suas bandeiras ou não levanta nenhuma... contudo , eu, que sou otimista por natureza, estou vendo uma luzinha lá no fim do túnel e movimentos estão acontecendo... tem uma nova geração pensante aí virando esse jogo, esses dias troquei idéias com vários represententes dessa nova geração , em separado, em vários dias, de várias vertentes musicais, a gente fica ali aconselhando o desaconselhamento e torcendo pra coisa fluir!!! Estamos aí .... apoiando a virada e paticipando dentro do possível!!!
    abraço a todos!!!

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